domingo, 11 de dezembro de 2011

Ingratidão - Martinho Lutero




“Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor”. (Sl 116.12.a)

Assim está escrito no Salmo. E Deus nosso Senhor diz: Sim, meu filho, isso já me basta”.

Mas, são poucos dos quais o bondoso Pai recebe isso. A maioria despreza sua palavra e blasfema, ignorando que tudo que temos nos foi dado por Deus em sua graça. Mas não se limitam a isso. Chegam a ponto de pendurar no madeiro o Filho de Deus, que foi enviado por Deus para nosso consolo e para salvação do pecado e da morte eterna. Seria de esperar que Deus fosse, simplesmente, inimigo desse mundo, recusando-se a fazer-lhe o bem. Mas ele não se irrita; continua sendo bondoso e gracioso, ajudando, apesar de tudo.

Por isso, não basta aprender a ser agradecido. É preciso aprender também a virtude que aceita a ingratidão. E essa virtude somente Deus e o verdadeiro cristão têm.

Portanto, quem deseja ser cristão, deve aprender que sua bondade, fidelidade e serviço nem sempre virão acompanhados de agradecimento. Ele também terá de estar disposto a receber ingratidão. Agora, não devemos deixar que isso mude o nosso comportamento, fazendo com que desistamos de servir e ajudar os outros. Pois, se alguém se esforça ao máximo, e em troca só recebe desaforos, é virtude cristã e genuíno fruto da fé saber dizer:

“Não se preocupe, porque isso não vai me fazer perder a calma nem que desanime. Vou agüentar firme e, apesar de tudo, ajudar onde for possível. Se você é ingrato, sei de alguém maior do que a gente no céu; ele vai dizer o ‘muito obrigado’ em seu lugar, e isso me será preferível a sua ingratidão”

Essa é uma atitude cristã e , no dizer de Salomão, é como derramar brasas vivas sobre a cabeça do ingrato.

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