domingo, 30 de maio de 2010

Muita humanidade, pouca divindade


Jonathan Edwards possuía um discernimento profundo dessa situação diretamente ligada à ausência do teocentrismo: "Um dos grandes motivos pelos quais os pontos especulativos [da doutrina] são considerados tão irrelevantes é o fato de que a religião moderna consiste de pouco respeito pelo Ser divino e quase inteiramente da benevolência em relação aos homens'. Em outras palavras, a enfermidade que precisa ser curada é o principal empecilho para a cura.Isso significa que o "estilo magnífico [de Jonathan Edwards] de sentir e pensar não corresponde ao nosso estilo e é inteiramente estranho ao nosso modo de vida". A seriedade absoluta de Edwards - sua "austeridade entranhada", como Thomas Chalmers a caracterizou - o torna fora de sincronia com a nossa espiritualidade loquaz, informal, caprichosa e voltada para o entretenimento. A percepção de Edwards da condição desesperadora da humanidade sem Deus é tão intensa que chega a nos tirar o fôlego. H. Richard Niehbur comentou que a consciência de Edwards a respeito da precariedade da vida o colocou numa categoria à parte: "Ele entendeu aquilo que Kierkegaard quis dizer quando descreveu a vida como caminhar sobre águas de dez mil braças de profundidade".Precisamos de muito mais do que Benjamin Franklin



Porém, justamente nesse ponto, as dificuldades intimidantes de compreender a grande visão de Edwards acerca de Deus podem dar lugar à esperança. É possível que o empobrecimento teológico da igreja norte-americana, a precariedade da vida e o esgotamento da superficialidade "bem-sucedida" tomem a voz de Jonathan Edwards mais atraente do que foi considerada durante séculos.Não foram poucos os que demonstraram essa esperança ao contrastar a influência de Edwards com a do seu contemporâneo Benjamin Franklin. Randall Stewart argumenta:Franklin nos colocou no caminho que nos conduziu ao paraíso das invenções e das engenhocas modernas. Porém, agora que está se tornando assustadoramente claro que toda essa tecnologia não é capaz de nos salvar, e que ela pode muito bem nos destruir ... agora que o pára-raios de Franklin começa a parecer, em certo sentido, como um símbolo patético de orgulho e inadequação humanos, enquanto o esquadrinhamento da alma proposto por Edwards parece mais penetrante para esta geração de leitores do que, talvez, jamais tenha parecido antes, é possível que Edwards ainda se revele, que já esteja se mostrando o mais verdadeiramente útil dos dois.


Perry Miller, que afirmou não compartilhar a fé de Edwards, via a nossa condição de maneira semelhante: "[Edwards] nos faz lembrar que, embora a nossa civilização tenha escolhido vagar pelas campinas mais agradáveis para as quais Franklin nos convidou, há certas ocasiões em que, em função dos desastres ou do autoconhecimento, a ciência aplicada e The Way to Wealth [O caminho para a riqueza] de Benjamin Franklin parecem não ser uma filosofia adequada para a vida de nossa nação". Diante do início do século 21, essa declaração, feita em 1949, me parece o mais absoluto eufemismo. O pragmatismo de Franklin está teologicamente, moralmente e espiritualmente falido. E possível que justamente essa falência cultural desperte os evangélicos da insensatez da imitação.
 
Fonte: http://www.jonathanedwards.com.br/

Como Jesus É Diferente - Mark Driscoll

Cristianismo - Como Jesus é diferente from iPródigo on Vimeo.

Fonte: http://vimeo.com/

Deus meu, Deus meu, por que me Desamparaste – R. C. Sproul


Qual foi a resposta de Deus a pergunta de Jesus: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste" ?



Podemos estudar isso de duas maneiras. De um lado, não houve nenhu¬ma resposta. Jesus gritou essa pergunta aos céus. Ele a gritou audivelmente, e não houve nenhuma resposta audível. Até onde o Novo Testamento indi¬ca, há apenas três ocasiões em que Deus falou audivelmente, e essa não foi uma delas. O Filho de Deus gritava em agonia e o Pai permanecia silencioso.
Por outro lado, poderíamos dizer que, três dias depois, Deus proferiu uma resposta com o túmulo vazio trazendo de volta o Santo dos Santos. Creio que aquele grito doloroso de Jesus na cruz é um dos versículos mais importantes e mais mal compreendidos de toda a sagrada Escritura. Já se esgotaram todas as possibilidades de explicação para ele. Albert Schweitzer encheu-se de consternação e viu nele um indício de que Jesus morreu num espírito de amarga desilusão, que ele havia gasto seu ministério esperando que Deus inaugurasse o seu reino dramaticamente através do ministério de Jesus — e Deus não o fez. Schweitzer cria que Jesus se permitiu ser preso e levado até o Gólgota esperando que Deus fosse resgatá-lo da cruz no último momento. Subitamente, quando Jesus percebeu que não haveria nenhum resgate, ele gritou numa desilusão amarga, e morreu uma morte heróica, embora com um espírito amargurado. Essa foi a visão de Schweitzer, mas outros têm apresentado visões diferentes.
Sabemos que as palavras que Jesus gritou na cruz são uma citação exata do que Davi escreveu no Salmo 22. Algumas pessoas dizem que aqui, em sua agonia, Jesus voltou-se para o seu conhecimento das Escrituras recitando-as. Não creio que Jesus estivesse apenas citando versículos bíblicos na cruz, mas certamente teria sido apropriado que ele usasse uma afirmação das Escrituras para expressar a profundidade de sua agonia.


Quando fui ordenado tive a oportunidade de escolher meu próprio hino de ordenação. Escolhi "E meia noite no Monte das Oliveiras."


Há um verso naquele hino que diz que o Filho do homem não foi desamparado pelo Pai. Apesar de amar tanto o hino, detesto esse verso porque não está certo. Jesus não apenas se sentiu desamparado na cruz; ele foi totalmente desamparado pelo Pai enquanto esteve pendurado na cruz, porque é exatamente esse o castigo que o pecado traz. Como o apóstolo Paulo elabora, o pecado nos separa da presença e dos benefícios de Deus. Cristo gritou: "Por que me desamparaste?" Não foi apenas uma pergunta; foi um grito de agonia. A resposta havia sido dada a ele na noite anterior, no Getsêmani quando o Pai deixou claro que era necessário que ele tomasse o cálice.

Fonte: http://www.oprincipaldospecadores.com/

Jesus Cristo, o Único Caminho - R.C. Sproul


http://deusemdebate.blogspot.com/

Deus foi mais bem servido na prisão – John Piper

Em 9 de janeiro de 1985, Hristo Kulichev, um pastor congregacional na Bulgária, foi preso e posto na prisão. Seu crime era o de ter pregado em sua igreja, embora o estado houvesse indicado outro pastor, alguém que a assembléia não havia escolhido. O julgamento de Kulichev foi um simulacro da Justiça, e ele foi condenado a oito meses de prisão. Durante sua permanência na cadeia, ele tornou Cristo conhecido de todos os modos que pôde.



Quando saiu, ele escreveu: "Tanto os prisioneiros como os carcereiros fizeram muitas perguntas e acabou acontecendo que tivemos ali um ministério muito mais frutífero do que poderíamos esperar na igreja. Deus foi mais servido por nossa presença na prisão do que se estivéssemos livres". Em muitos lugares do mundo, as palavras de Jesus são tão radicalmente relevantes como se tivessem sido pronunciadas ontem. "Lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres [...] e isto vos acontecerá para que deis testemunho" (Lc 21.12,13).
A dor de nossos planos destruídos serve ao propósito da graça disseminada.

Fonte: http://www.ocristaohedonista.com/

sábado, 29 de maio de 2010

O cristão e o não-cristão – Lloyd-Jones


O cristão e o não-cristão são absolutamente diferentes quanto àquilo que admiram.

O cristão admira o «pobre de espírito», enquanto que os filósofos gregos desprezavam esse tipo de homem; e todos os que seguem a filosofia grega, na teoria ou na prática, continuam fazendo a mesma coisa. . .
O mundo acredita na confiança própria, na auto-expressão e no domínio sobre a vida; o cristão crê que deve ser «pobre de espírito». Apanhe os jornais e veja que espécie de pessoas o mundo admira. Você nunca encontrará coisa alguma que esteja mais longe das bem-aventuranças do que aquilo que apela para o homem natural, para o homem do mundo. O que atrai a admiração dele é a própria antítese daquilo que você encontra nas bem-aventuranças. . Depois, é claro, eles forçosamente diferem quanto àquilo que procuram. «Bem-aventurados os que têm fome e sede. . .» De que? De riqueza, dinheiro, categoria, posição, publicidade? De modo nenhum. «De justiça» . . . Considere qualquer um que não se apresenta como cristão. . .
Procure ver o que ele busca e o que ele, de fato, quer, e você verá que é sempre diferente da justiça.
Ainda, como é natural, eles são por completo diferentes quanto àquilo que fazem. Dá-se isto necessariamente. . . O não-cristão é totalmente coerente. Ele diz que vive para este mundo. Diz ele: «Este é o único mundo que existe, e pretendo tirar dele tudo que posso». Ora, o cristão. . . reputa este mundo apenas como o caminho que leva a algo amplo, eterno e glorioso. Sua ambição e perspectiva são completamente diversas. Ele, pois, crê que deve viver de modo dife¬rente. Assim como o homem do mundo é coerente, o cristão também deve ser. Se o for, será bem diferente do não-cristão; não poderá evitar isso. (Vide 1 Pedro 2.11,12). . . Outra diferença essencial. . . tem que ver com a crença no que podem fazer. O homem do mundo é demasiado confiante quanto à sua capacidade. . . O cristão. . . reconhece honestamente as suas limitações.

Fonte: http://www.martynlloyd-jones.com/

A Igreja Que Não Cala!


Cristãos que se contentam com a normalidade dos fatos. Esse é o cenário da igreja brasileira, seja ela católica ou evangélica. Gente que não se importa com a injustiça. Gente que não percebe a ironia dos tiranos. Gente que não faz questão de confrontar poderes opressores estabelecidos. A igreja brasileira precisa romper com o ciclo de corrupção neste país. Precisa dizer não ao pecado estrutural que infesta a nação. Precisa encarnar seu caráter missional de transformação. A turma religiosa precisa compreender que enquanto a injustiça prevalecer, é necessário caminhar um pouco mais.



A igreja que não caminha transforma-se em gueto e não sai do lugar. A igreja em gueto é ensimesmada, concentra em seus próprios interesses e não faz questão do que está além do templo. Entretanto, a igreja que é de Cristo vai ao encontro das pessoas doentes. A igreja de Cristo é sinal de cura, não por vanglória, cobiça ou coisa parecida, mas simplesmente por amor. Esse amor deve ser evidenciado entre os seus membros, todavia, é perceptível a falta de amor dentro da própria igreja. Sem amor, as pessoas se corrompem, sem amor, líderes enriquecem no poder. A igreja por falta de amor tem se tornado mecanismo de corrupção.


É ilícito um líder cristão enriquecer com a pregação do evangelho, porque o evangelho ensina exatamente a renúncia, inclusive material. O reino de Deus não coaduna riquezas materiais com ministério pastoral. O pastor deve ser conhecido e reconhecido pela sua simplicidade de vida, pelo amor ao próximo, por sua paixão em anunciar o evangelho, e não pelos números de sua igreja ou seu status social. É mentiroso o líder que ensina qualquer forma de prosperidade financeira e material como sinônimo de benção. Eu desafio qualquer pessoa a me provar biblicamente que Jesus ensinou tais coisas.


Não há como mais suportar a licenciosidade de quem está no poder. A igreja que é de Cristo tem líderes parecidos com Cristo e não essa turma de irresponsáveis. A igreja que cala é covarde. Nosso papel é combater tudo isso sendo apenas sal e luz. Não somos os melhores, não somos os mais santos, todavia, somos os que não se calam, mesmo que seja no anonimato. Se não for assim, começo a duvidar de que chegamos ao ápice da mediocridade.

Ivan Cordeiro

Fonte: http://www.emeurgencia.com/

Justiça para si e para o outro!


“... como me libertar se os meus próprios irmãos são aqueles que me oprimem? Como me libertar se os meus próprios irmãos me colocam à margem da história? Como me libertar, se os meus irmãos, que às vezes têm instrumentos mais eficazes que eu, cruzam os braços? Como me libertar se recebi uma fé na qual se aprende apenas a dizer “sim” à minha própria miséria?” (Israel Belo de Azevedo)


Para além dos passos tímidos que os ceticismos e niilismos que me atravessam me fazem ensaiar, hoje eu gostaria de refletir de uma forma um pouco mais “afirmativa”.
Há algum tempo venho sendo provocado no sentido de desenvolver uma prática refletida em busca da justiça social. Nesse caminho, tenho levantado as seguintes questões: quais são os espaços de atuação que me cabe ocupar? Existe mesmo um espaço pré-determinado a partir da posição social a mim atribuída? Como eu, enquanto indivíduo, participo, de maneira efetiva e positiva, de uma coletividade? O que me preocupou em determinado momento foi: minha participação pode ser de alguma forma prejudicial para alguém (sendo esse alguém justamente aquele que eu queria beneficiar com a minha ação)?

Comecei a entender que não bastava participar, eu precisaria definir no que eu necessitava tomar parte e de que modo eu faria isso.

Um mergulho nos textos bíblicos

A Bíblia sempre serviu para me confrontar com algo que eu encontrava na minha realidade pessoal e social. A realidade se apresentava a mim através de uma aula sobre questão agrária, um documentário sobre violência urbana ou uma visita a um abrigo de crianças, por exemplo. Comparando a Bíblia e a realidade à minha volta, desenvolvi um apego forte a alguns textos que me ajudavam na tarefa de encontrar para mim e para os outros fundamentos para uma ação socialmente engajada. Gostaria de confrontar dois textos, duas perspectivas, que nos ajudarão a compreender melhor o tema: o protagonismo social e político.

a) Opressores e oprimidos

O primeiro dos textos se encontra no Antigo Testamento (ou Primeiro Testamento) e pertence ao livro profético de Isaías. No capítulo 58, encontramos uma interessante denúncia acerca da hipocrisia e da falsa espiritualidade. Ali, o povo reclama que, no aspecto da religiosidade, “faz tudo conforme manda a cartilha”: jejua, se mortifica e pede leis justas, mas que não recebe as recompensas desejadas. A voz de Deus (oráculo de Iahweh) mostra então que o problema está no fato de que, no mesmo dia em que jejuam, esses religiosos exploram seus próprios empregados. A prática de fé é incompatível com uma prática de vida que tenha como fruto uma situação de injustiça. O texto segue então opondo o modelo do falso jejum (falsa espiritualidade, falsa relação com Deus) a uma proposta de genuíno jejum (relação libertadora com Deus, consigo mesmo e com o próximo). O texto traz nitidamente: “Não continueis a jejuar como agora, se quereis que a vossa voz seja ouvida nas alturas!”2. A relação com Deus pede uma mudança de atitude para com o próximo. Essa mudança/arrependimento/conversão, essa nova espiritualidade, enfim, o verdadeiro jejum exigido por Deus (Iahweh), implica, segundo o texto, em “soltar as correntes da injustiça”, “desatar as cordas do jugo”, “pôr em liberdade os oprimidos”, “partilhar sua comida com o faminto”, “abrigar o pobre desamparado”, “vestir o nu que você encontrou” e “não recusar ajuda ao próximo”3. O texto fala ainda de eliminar do meio em que se vive o jugo opressor e renunciar a si mesmo em favor do próximo. O texto fala também de fartura e plenitude de vida para quem assim agir, sendo que, ao final do capítulo, trata-se da necessidade de não violar o sábado (importante elemento da religiosidade da época) e ser por isso recompensado também. O que quer dizer que, segundo esse texto de Isaías, uma espiritualidade vivida com justiça traz recompensas concretas para aqueles que a praticam. Há uma relação intrínseca entre a prática de uma fé genuína e a obtenção de algo em troca. E esse algo em troca é a própria justiça. A grande obviedade que Isaías nos faz enxergar é essa: se vocês querem justiça, então por que não a colocam em prática?
Até aqui já seria maravilhoso ficarmos com essa reflexão em Isaías. Se minha ação ou se a estrutura da qual faço parte oprimem alguém, então, que eu me adiante em deixar de agir dessa forma ou pare de incentivar e participar desse sistema opressor. O que temos aqui? Uma relação opressor-oprimido que, obviamente, precisa ser transformada, mas tal transformação não resume para nós o único modelo possível de ação. O texto fala de uma renúncia em favor do próximo. Se entendermos isso como redistribuição de renda, ótimo! Mas se nos detivermos às pequenas atitudes “bondosas e caridosas” feitas para o outro, então faltará sempre alguma coisa. Nunca seremos agentes da justiça integral se formos sempre nós em direção ao outro – pobre e necessitado –, trabalhando para o outro. Trabalhar para o outro não é o bastante, o outro também tem que trabalhar; precisa se envolver na própria mudança, tomar parte nela. O outro tem que ser o protagonista de sua própria mudança, assim como eu preciso ser o da minha.

b) Nós mesmos como protagonistas da nossa mudança

O outro texto, que muito me inspira, confronta e ensina. Não é um capítulo inteiro de um livro do Antigo Testamento. Dessa vez, apenas um versículo basta; apenas uma palavra de Jesus e já me dou por satisfeito. Dentro do Sermão do Monte (Mt 5, 6, 7), encontramos as famosas bem-aventuranças. Essas felicitações (“felizes os pobres”, “felizes os mansos” etc.), que são proferidas por Jesus Cristo, se dirigem aos seus discípulos e se estendem a toda a multidão que o ouvia. O fato é que esses discípulos são em primeiro lugar caracterizados como “pobres no espírito” (ou “de”, ou “em” espírito: versões possíveis para o texto de Mt 5.3) ou simplesmente como “pobres” (cf. Lc 6.20). Quando Jesus diz “Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”4, ele está falando com os próprios injustiçados. Aqueles que carecem da justiça, que sentem – na pele, no corpo e no espírito – fome e sede de justiça... esses serão saciados. A fome e a sede dessas pessoas terão fim um dia; ou seja, temos novamente uma promessa para aqueles que desejam de fato algo: eles alcançaram o que necessitam. Precisam de justiça e exercitam sua fé – oram e agem – para obter justiça. Têm fome e sede, mas obterão fartura. De novo o óbvio: se vocês querem justiça, busquem obtê-la de modo genuíno e terão êxito. Se querem justiça, esperem em Deus e serão satisfeitos. Essa espera, porém, é feita de ação. É como se Jesus falasse como na letra de Roberto Diamanso: “Seja corajoso e lance mão / Da porção de fé que tens / Porque é tua, peça, creia / Venha para as ruas”5. Lançar mão da fé que temos é pedir, crer e ir para as ruas!

Nas bem-aventuranças do Sermão do Monte, o que é mais interessante no movimento em direção a uma fé libertadora e a uma ação transformadora é que são os discípulos, os pobres e oprimidos, que transformarão sua própria realidade. Jesus, especificamente no versículo aqui visado (Mt 5.6), não pede que os seus discípulos abram mão de algo para que a justiça se estabeleça. Ele apenas promete fartura para aqueles que têm sentido sede e fome de justiça. Os pobres, que sofrem com a injustiça, serão os protagonistas de sua própria transformação. Se quisermos, numa leitura teológica mais de acordo com a ideia de que a missão de salvar ou transformar o ser humano em todos os seus aspectos é de Deus (“Missio Dei”)6, então podemos dizer que estes discípulos de Jesus, pobres e injustiçados, são co-protagonistas com Deus da mudança e da justiça por eles esperada. Se admitirmos, junto com a tradição cristã, que o discipulado é para todo o ser humano que resolve hoje seguir a Cristo, e não se limita apenas aos discípulos do texto de Mateus (que são também personagens bíblicos), então compreenderemos que todo ser humano é co-protagonista da missão de Deus na terra.

Protagonista ou coadjuvante?

Ao me envolver com certas práticas e pensamentos voltados para a ação social, comecei a perceber como as instituições nas quais eu atuava estavam comprometidas com um modelo de ação que sempre ia em direção aos pobres, mas que nunca trabalhava com os pobres.
Hoje, não aceito mais o paradigma do trabalho para os pobres; ao contrário, quero me envolver, na medida do possível, em ações de transformação social com eles. Leituras de Paulo Freire, seminários de desenvolvimento comunitário, envolvimento em redes sociais e participação em conferências de juventude me fizeram pensar de outra forma as várias possíveis práticas políticas e sociais que renovamos ou reiteramos a todo instante.
As tão faladas políticas públicas de juventude (PPJs) são para a juventude e são elaboradas também com a juventude. Isso mesmo: de/para/com juventude. Essas três preposições juntas formam um conceito mais fiel à ideia de protagonismo juvenil. Por isso, geralmente encontraremos num determinado evento o termo políticas públicas de/ para/com juventude. Se quisermos pensar a questão da inserção do jovem na sociedade, não podemos organizar uma política pública, um grande evento de conscientização, ou mesmo um pequeno debate sobre o tema, sem que o próprio jovem seja ator principal dessa ação. No desenvolvimento comunitário é “a mesma coisa”. Como fazer qualquer atividade para atingir uma “melhora da qualidade de vida” numa favela, sem estarmos diretamente “envolvidos com” seus moradores, os primeiros beneficiados? Politicamente falando, é muito complicado sustentar ações e práticas que não contêm a participação integral dos seus beneficiários.

A participação das “pessoas comuns” na política – tanto no tema atual das PPJs, quanto numa proposta de desenvolvimento transformador de uma comunidade etc. – é um valor do qual não podemos abrir mão se quisermos uma sociedade mais justa. Para haver justiça é preciso ouvir as vozes que clamam por justiça; na surdez coletiva, ninguém se libertará. E como diz Paulo Freire, ninguém liberta ninguém e ninguém se liberta sozinho, os seres humanos se libertam em comunhão7.

Peguemos a questão dos direitos das negras e dos negros. Sabemos que existe uma luta histórica da própria população negra em busca de liberdade, dignidade, justiça e arrependimento para aqueles que os oprimiram. Quem é e tem que ser protagonista da luta negra? As próprias negras e os próprios negros! Quer dizer que um branco não se envolverá na luta contra o racismo ou em outras discussões relacionadas? É óbvio que deve haver envolvimento, mas não na condição de protagonista. Os brancos que reconhecem na causa negra uma causa (mais que) legítima, participam da luta negra enquanto coadjuvantes8. A “mesma coisa”9 se dá na participação dos homens na luta pelos direitos das mulheres, dos moradores das grandes cidades na causa dos trabalhadores sem-terra etc.

Se o grupo ao qual eu pertenço ou represento não faz parte diretamente de determinado grupo que reivindica justiça para si, nada me impede de tomar parte em suas lutas. Só preciso lembrar até que ponto pode ir minha ação sobre a dos outros, para que – ao invés de me colocar como paternalista ou manipulador, ou seja, ao invés de me alinhar com determinada prática já existente de tipo paternalista – eu possa de fato contribuir com a libertação e a autonomia desses grupos e não com a manutenção de sua exclusão.

Quem me conhece – e sabe que sou do sexo masculino, branco, classe média, morador da urbe etc. – poderia se perguntar por que então acredito nessas lutas de terceiros a ponto de me envolver direta ou indiretamente nelas. Eu poderia simplesmente dizer que é porque todos nós compartilhamos uma mesma coletividade; ou seja, se algo vai mal para uns, isso afeta a todos. Se há injustiça para alguém, afeta todo o coletivo. Dessa forma penso na justiça para mim e na justiça para os outros ao mesmo tempo. O meu protagonismo está diretamente ligado ao dos outros. Sendo coadjuvante e co-participante de outras lutas, acabo sendo também protagonista. Sem falar que atuar sobre minha própria autonomia para gerir minha inserção em tudo isso já dá um trabalho enorme... Reconhecer-me ou não como protagonista de uma determinada causa não me faz menos responsável pela coletividade.

Fonte: http://www.emeurgencia.com/

Testemunho de Alexander Ogorodnikov


http://missaoportasabertas.wordpress.com/

A fé vigorosa de uma criança!


http://missaoportasabertas.wordpress.com/

Eu quero a reforma de ontem na Igreja de hoje.


A Reforma protestante ocorrida no século XVI, transformou a vida da Igreja, trazendo-a de volta à centralidade das Escrituras. Em virtude disto, a tradição produzida pelos papas, cardeais e bispos, que até então, norteava a igreja impondo-lhe conceitos absolutamente antagônicos a Palavra de Deus, foram rechaçadas pelo redescobrimento das maravilhosas doutrinas da graça. A partir de então, as tradições católicas romanas, como também os pronunciamentos “ex-cáthedra” do Papa, não poderiam mais ocupar o mesmo patamar de autoridade das Sagradas Escrituras. Junta-se a isso, o fato que em virtude do redescobrimento da importância da Palavra de Deus, houve também uma revisão plena das doutrinas concernentes aos sacramentos, à obra salvadora de Cristo e outras tantas mais, que haviam sido corrompidas com o passar do tempo.



Quanto à práxis litúrgica, a missa Católica que se caracterizava pela superstição, pelo ritualismo e pela completa ignorância daqueles que participavam da cerimônia, deu lugar a ao culto desprovido de altares, santos e rituais onde a pregação da Palavra de Deus era o mais importante.

O culto reformado diferentemente da missa católica primava pela simplicidade na adoração ao Senhor, desde a arquitetura dos templos até a comunicação com o povo de Deus, que passou a ouvir a exposição das Escrituras em sua própria língua, tornando-se participante ativo do culto, e não um expectador passivo. Além disso, o culto reformado se caracterizava objetivamente pela centralização das Escrituras e ênfase na pregação da Palavra de Deus, que definitivamente, pois fim a venda de indulgências.

Hoje, diante das idiossincrasias e incongruências de parte da Igreja Evangélica Brasileira acredito mais do que nunca que haja a necessidade de pregarmos novamente os valores ensinados pelos reformadores, além obviamente de reconduzirmos as Escrituras Sagradas a um lugar de centralidade litúrgica o que proporcionará algumas transformações imediatas na vida da igreja.


Eu quero a reforma de ontem na igreja de hoje, e você?


Soli Deo Gloria,


Renato Vargens

Fonte: http://bereianos.blogspot.com/

Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio!


Por Jefferson Ramalho


Cristo é o Caminho, pois é capaz de salvar e ver fé genuína.

A passagem do Novo Testamento que me levou a pensar no que escrevi nesta reflexão foi aquela em que o Mestre curou o criado de um centurião romano.


O texto é fantástico como tantos outros apresentados nos evangelhos!

Mas dois versículos que sempre passam despercebidos são centrais em todo o contexto daquele momento vivido pelo Senhor Jesus.
Refiro-me aos versículos 11 e 12, nos quais Ele diz: “... muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes”.
Um fundamentalista imediatamente diria: claro, muitos virão e se assentarão à mesa com os patriarcas se se converterem a Jesus Cristo. Contudo há uma observação simples para ser feita. O Mestre não diz que muitos virão e se converterão; Ele apenas diz que muitos virão e tomarão lugares.
Mais simples ainda fica essa leitura, quando se observa com cuidado a importância do centurião nessa história. Ele é a chave de tudo e a sua fé é o ponto de partida.
É importante lembrar que o centurião não era nem judeu nem discípulo de Jesus, logo não era membro do Judaísmo, muito menos do Cristianismo que ainda nem existia. Possivelmente, aquele centurião, como todo bom e autêntico soldado romano, era adorador de vários deuses e provavelmente do imperador romano. Numa linguagem cristã, ele era pagão, numa linguagem mais coerente, ele era um religioso politeísta.
Há ainda a hipótese de que nem religioso politeísta ele era, mas apenas um homem que de judeu e de seguidor de Jesus não tinha nada.


Uma segunda observação: ele não se torna cristão após a cura de seu criado. O texto nem relata isso, pois se ele tivesse se convertido, certamente estaria relatado. Mas não, ele permanece na condição (a) religiosa em que se encontrava quando foi procurar ao Mestre.

Portanto, o que um texto deste, se lido a olho nu, sem as lentes da religião cristã, sem os óculos da teologia sistemática ortodoxa e sem os pré-conceitos do fundamentalismo, poderá significar a não ser que Jesus Cristo é o Caminho, a religião – e aqui entra o Cristianismo também – o desvio, e a Graça o meio através do qual Deus salva o ser humano, seja ele alguém que se converterá em algum momento ao Evangelho ou não?
Neste sentido, não dá mais para afirmar que um ser humano que passa a sua vida inteira sem freqüentar uma “igreja de crentes”, irá para o inferno só porque não teve tal experiência. Graças a Deus, em muitos casos, pois há pessoas que quando resolvem freqüentar uma denominação evangélica se tornam loucas, manipuladas, bitoladas, cegas espiritualmente, enganadas, alienadas, bestializadas, e tudo o que for possível entrar nesta lista, menos alguém que de fato conheceu e compreendeu o Evangelho da Graça.
Com isso, quando muitos se convertem às “igrejas de crentes”, acreditam que estão no Caminho, quando na verdade estão no desvio. Têm uma facilidade enorme para apontar quem vai e quem não vai para o Céu, contudo, não se percebem como pessoas que carecem da Graça de Deus ainda mais, pelo simples fato de serem pessoas que não sabem fazer outra coisa, a não ser julgar o próximo.
Nisto creio e afirmo com todas as letras: Cristo é o Caminho, pois é capaz de salvar e ver fé genuína em um centurião romano, adorador de deuses estranhos, pagão e adorador do imperador, mas o Cristianismo é o desvio, pois consegue maquiar-se com as belezas sublimes do Evangelho, mas vive uma religião semelhante à dos fariseus dos tempos de Jesus, que eram zelosos e ortodoxos no que se refere à obediência ao texto, mas cegos na prática, sobretudo, por julgarem com facilidade, seres humanos que eram tão imperfeitos quanto eles.

Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois este pratica as maiores e mais terríveis atrocidades em nome de Deus; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois este ensina as pessoas, a ingênua e inocentemente negociarem com Deus a fim de conseguirem prosperidade financeira, como se Ele tivesse interesse em enriquecer materialmente os seus filhos; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois burra e admiravelmente se tornou a religião que menos entendeu os ensinamentos de seu próprio fundador – se é que Jesus foi o fundador desse negócio – ; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois consegue levar as pessoas a acreditarem que os não-cristãos irão para o inferno só porque não se tornaram cristãos, como se Deus só pudesse salvar pessoas por meio de experiências religiosas dentro das “paredes” da religião cristã; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois este em vez de tornar a caminhada cristã uma caminhada de liberdade e descanso, torna-a ainda mais penosa, turbulenta, repleta de regras e cargas a serem carregadas; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois em vez de manter as pessoas que acreditam estarem servindo ao Jesus apresentado nos evangelhos, consegue desviá-las a qualquer outro caminho que não é o Caminho da Graça de Deus em Cristo.


Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, por tantos outros e infindáveis motivos! Cabe agora a criatividade de cada um para continuar nesta reflexão, se é que para enxergar as discrepâncias existentes entre Cristo e o Cristianismo, seja uma tarefa que exija muita criatividade.
Penso que não na Graça,

Fonte: http://www.creio.com.br/










Quando a Bíblia faz mal!


Por Caio Fábio


E a pregação só é Palavra se o Espírito estiver soprando. Do contrário, é só prega-ação!


Sempre que se obedece à Escritura por causa dela mesma, se está cedendo à tentação do Diabo!


Não é de estranhar, portanto, que o pai da fé, Abraão, tenha vivido pela fé na Palavra antes de haver Escritura, mostrando-nos assim, que a Palavra precede a Escritura.


A fé vem pelo ouvir-escutar-crer-render-se à Palavra.


E a pregação só é Palavra se o Espírito estiver soprando. Do contrário, é só prega-ação!


E a pregação que não é Palavra é apenas estudo bíblico, podendo gerar mais doença do que libertação.


A grande tentação é fazer a Escritura se passar por Palavra. As Escrituras se iluminam como a Palavra somente quando aquele que a busca tem como motivação o encontro com a Palavra de Deus. Ou quando o Deus da Palavra fala antes ao coração!


A Bíblia é o Livro.


A Escritura é o Texto.


A Palavra É!


“Escritura” sem Deus é apenas um texto religioso aberto à toda sorte de manipulações!


No genuíno encontro com Deus e com a Palavra, a Escritura vem depois.


Sim! A Escritura vem bem depois!


O processo começa com a testificação do Espírito — pelo testemunho da Palavra de que somos filhos de Deus (Atos 16:14; Romanos 8:14-17; 10:17).


Depois, nos aproximamos da Escritura, pela Palavra. Então, salvos da “Escritura” pela Palavra, estudamo-la buscando não o seu poder ou o seu saber, mas a “revelação” imponderável acerca da natureza e da vontade de Deus, que daquele “encontro”—entre a Escritura, a Palavra e o Espírito — pode proceder.


Para tanto, veja João 5:39-40, onde o exame das Escrituras só se atualiza como vida se acontecer em Cristo.


Um exemplo do que digo é a tentação de pular do Pináculo do Templo. Tinha uma “base bíblica”— se levarmos em conta a Escritura como sendo a Palavra. Mas o que Jesus identificou ali foi a Escritura sem a Palavra.

Um ser pré-disposto ao sucesso teria pulado do Pináculo em “obediência” à Escritura e à sua literalidade, violando, para sua própria morte, a Palavra.


Sim! Estava escrito.


Porém, não estava dito!


Ora, é em cima do que está escrito mas não está dito, que não só cometemos “suicídios”, mas também “matamos” aqueles que se fazem “discípulos” de nossa arrogância, os quais, motivados pelas nossas falsas promessas, atiram-se do Pináculo do Templo abaixo.


E é também por causa desse tipo de obediência à letra da Escritura que nós morremos.


A letra mata!


Olhamos em volta e vemos o Livro de Deus em todas as prate-Lei-ras. Vemos o povo carregando-o sob o braço e percebemos que eles são apenas “consumidores de Bíblias”.


Vemos seus lideres e os percebemos, muitas vezes, apenas como “mercadejadores” de Bíblias e dos “esquemas” e “programas” que se derivam do marketing que oferece e vende sucesso em “pacotes em nome de Jesus”.


Sim! E isso tudo não porque nos faltem Bíblias e muito menos acesso à Palavra.


O que nos falta é buscar a Deus por Deus.


O que nos falta é sermos filhos amados de Deus não porque isto nos dá status Moral sobre uma sociedade que não é mais perdida que a própria “igreja”, coletivamente falando, é claro!


O que nos falta é a alegria da salvação, sendo essa alegria apenas fruto de gratidão.


É somente na Graça que a leitura da Bíblia tem a Palavra para o coração humano. Sem a iluminação do Espírito a Bíblia é apenas o mais fascinantes de todos os best-sellers.

Fonte: http://www.creio.com.br/

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Marca Distintiva dos Santos - J. Edwards


Onde descansa as marcas distintivas daquela virtude e santidade que é aceitável aos olhos de Deus?


Embora isto seja de tal importância, e apesar de termos clara e abundante luz na Palavra de Deus para nos dirigir neste assunto, todavia não há um ponto em que os Cristãos professos façam mais diferença um do outro. Seria sem fim calcular a variedade de opiniões, neste ponto, que divide o mundo Cristão; fazendo manifesta a verdade da declaração de nosso Salvador: “Estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.
A consideração destas coisas tem por muito tempo me engajado a atentar para esta matéria com a maior diligência e cuidado, e toda a exatidão de busca e investigação de que eu fui capaz. Este é um assunto sobre o qual minha mente tem sido peculiarmente solícita, desde a primeira vez que entrei no estudo da teologia. — Mas quanto ao sucesso de minhas investigações, isto deve ser deixado ao julgamento do leitor do tratado que se segue.
Sou consciente de que é difícil julgar imparcialmente o assunto deste discurso, no meio da poeira e fumaça da presente controvérsia, sobre as coisas desta natureza. Pois, assim como é muito difícil escrever imparcialmente, do mesmo modo é muito difícil ler imparcialmente. — Muitos provavelmente serão magoados, ao encontrar tanto do que pertence às afeições religiosas, aqui condenadas: e talvez indignações e desprezo serão excitados em outros, ao achar tanto justificado e aprovado. E pode ser que alguns estarão prontos para acusar-me de inconsistência comigo mesmo, em tanto aprovando algumas coisas, como condenando outras; como tenho encontrado, isto tem sido sempre objetado a mim por alguns, desde o princípio de nossas últimas controvérsias sobre religião. É uma coisa difícil ser um sincero e zeloso amigo do qual tem sido bom e glorioso nas últimas aparências extraordinárias, e regozijar muito nele; e ao mesmo tempo, ver a tendência má e perniciosa dos que tem sido maus, e ardentemente opor a isso. Mas, todavia, estou humildemente, mas inteiramente persuadido que nós nunca estaremos no caminho da verdade, um caminho aceitável a Deus, e tendendo ao avanço do reino de Cristo, até que façamos assim. Há certamente algo muito misterioso nisto, esse tão bom e esse tão mau, devem ser misturado juntamente na igreja de Deus: como é uma coisa misteriosa, e que tem embaraçado e assombrado muitos bons Cristãos, que deva existir o que é tão divino e precioso, como a graça salvadora de Deus, residindo no mesmo coração, com tanta corrupção, hipocrisia, e iniqüidade, em um santo em particular. Contudo, nenhum destes é mais misterioso do que real. E nenhum deles é uma coisa nova. Não é uma coisa nova, que tanta falsa religião deva prevalecer no tempo de grande reavivamento; e que, ao mesmo tempo, multidões de hipócritas devam brotar entre os verdadeiros santos. Foi assim na grande reforma, e reavivamento da religião, no tempo de Josias; como aparece em Jeremias 3:10, e Jeremias 4:3,4, e também pela grande apostasia que houve na nação, tão logo após seu reinado. Assim foi com o grande derramamento do Espírito sobre os Judeus, nos dias de João Batista; como se mostra pela grande apostasia daquele povo, tão logo depois de tão geral despertamento, e os temporários confortos e alegrias de muitos; João 5:35: “E vós quisestes alegrar-vos por um pouco de tempo com a sua luz”. Assim foi naquelas grandes comoções entre a multidão, ocasionas pela pregação de Jesus Cristo. Muitos são chamados, mas poucos escolhidos ; da multidão que foi excitada e afetada pela Sua pregação — e em um tempo ou outro pareciam poderosamente engajados, cheios de admiração por Cristo, e elevados com alegria — mas poucos eram verdadeiros discípulos, que agüentaram os abalos das provas, e perseveraram até o fim. Muitos eram semelhantes a terra pedregosa ou espinhosa; e porém poucos, comparativamente, eram semelhantes a boa terra. Do monte inteiro que foi recolhido, grande parte era palha, que o vento mais tarde levou; e o monte de trigo que foi deixado, era comparativamente pequeno; assim como aparece abundantemente pela história do Novo Testamento. Assim foi no grande derramamento do Espírito que houve nos dias dos apóstolos; como se mostra por Mateus 24:10-13; Gálatas 3:1; e 4:11,15; Filipenses 2:21; e capítulo 3:18,19, e as duas epístolas aos Coríntios, e muitas outras partes do Novo Testamento. E assim foi na grande reforma do papismo — Parece claramente ter estado na igreja visível de Deus, nos tempos dos grandes reavivamentos, assim como as árvores frutíferas na primavera; há uma multidão de flores, que parecem legítimas e belas, e há uma aparência promissora de frutos novos: mas muitos delas são de curta duração; elas breve murcharão, e nunca chegarão a maturidade.
Não é, contudo, para ser suposto que será sempre assim. Porque embora nunca haverá, neste mundo, uma inteira pureza, em cada um dos santos em particular, por uma perfeita libertação das misturas de corrupção, ou na igreja de Deus, sem qualquer mistura de hipócritas com santos — ou religião falsifica e falsas aparências de graça com verdadeira religião e real santidade — todavia é evidente, virá um tempo de pureza muito maior na igreja, do que tem havido nas erras passadas. Isto se mostra claramente por estes textos das Escrituras: Isaías 52:1; Ezequiel 44:6,7,9; Joel 3:17; Zacarias 14:21; Salmos 69:32,35,36; Isaías 35:8,10; capítulo 4:3,4; Ezequiel 20:38; Salmos 37:9,10,11,29. E uma grande razão disto será que naquele tempo, Deus dará uma luz muito maior para Seu povo, para distinguir entre a verdadeira religião e suas falsificações. Malaquias 3:3: “E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao SENHOR trarão oferta em justiça”. Com o versículo 18, que é a continuação da profecia dos mesmos tempos felizes: “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve”.
É pela mistura da falsificada religião com a verdadeira, não discernida e distinguida, que o diabo tem tido suas maiores vantagens contra a causa e o reino de Cristo. É por este meios, principalmente, que ele tem prevalecido contra todos os reavivamentos da religião, desde a fundação da igreja Cristã. Com isto, ele prejudicou a causa do Cristianismo, tanto na era apostólica como depois, tanto mais do que por todas as perseguições tanto de Judeus como de gentios. Os apóstolos, em todas suas epístolas, nos mostram muito mais concernente ao primeiro dano, do que o segundo. Com isto, Satã prevaleceu contra o reforma, iniciada por Lutero, Zwínglio, etc., para colocar uma parada em seu progresso, e traze-la à desgraça, dez vezes mais do que por todas aquelas sanguinárias e cruéis perseguições da igreja de Roma. Com isto, principalmente, ele prevaleceu contra os reavivamentos da religião em nossa nação. Com isto ele prevaleceu contra a Nova Inglaterra, apagando o amor e saqueando a alegria de seus matrimônios, aproximadamente cem anos atrás. E penso que tive bastante oportunidades para ver claramente, que por isto o diabo tem prevalecido contra o último grande reavivamento da religião na Nova Inglaterra, tão feliz e prometedor em seu princípio. Aqui, mais evidentemente, tem sido a principal vantagem de Satã contra nós; por isto ele tem nos frustrado. É por estes meios que a filha de Sião nesta terra agora descansa no chão, em semelhantes lastimosas circunstâncias, com seus vestuários rasgados, sua face desfigurada, sua nudez exposta, seus membros quebrados, e encapelando no sangue de suas próprias feridas, e de maneira nenhuma capaz de levantar; e isto, tão rapidamente depois de sua última grande felicidade e esperança. Lamentações 1:17: “Estende Sião as suas mãos, não há quem a console; mandou o SENHOR acerca de Jacó que lhe fossem inimigos os que estão em redor dele; Jerusalém é entre eles como uma mulher imunda”. Tenho visto o diabo prevalecer pelo mesmo caminho, contra dois grandes reavivamentos de religião neste país. — Satã continua com a humanidade assim como ele começou com eles. Ele prevaleceu contra nossos primeiros pais, e lhes arremessou para fora do paraíso, e subitamente trouxe toda sua felicidade e glória ao fim, aparentando ser um amigo de seu estado feliz, e fingindo avançar-lhes a um degrau mais alto. Assim, a mesma serpente perspicaz que enganou Eva através de sua astúcia, nos apartando da simplicidade que há em Cristo, tem subitamente nos privado daquele justo prospecto que tínhamos, há pouco tempo atrás, de uma espécie de estado paradisíaco da igreja de Deus na Nova Inglaterra.
Após a religião reviver na igreja de Deus, e os inimigos aparecer, as pessoas que são engajadas a defender sua causa são comumente mais expostas, onde elas estão sensíveis de perigo. Enquanto elas estão inteiramente atentas sobre a oposição que aparece abertamente diante deles, para fazer cabeça contra esta, e enquanto elas negligenciam cuidadosamente para olhar ao redor, o diabo vem atrás deles, e dá uma punhalada fatal não vista; e ele tem oportunidade para dar uma pancada mais interna, e machucar o profundo, porque ele ataca em seu descanso e não sendo obstruído por nenhuma guarda ou resistência.
E assim provavelmente sempre será na igreja, não importa quando a religião reviver consideravelmente, até que nós tenhamos aprendido bem a distinguir entre a verdadeira e a falsa religião, entre as emoções e experiências salvídicas e aquelas diversas impressões atraentes e aparências brilhantes, pelas quais elas são falsificadas; as conseqüências das quais, quando elas não são distinguidas, são freqüentemente indizivelmente terríveis. Por estes meios , o diabo gratifica a si mesmo, pois as multidões oferecem uma adoração falsa a Deus sob a ilusão de um culto aceitável, que é na realidade acima de todas as coisas abominável a Ele.Por estes meios, ele ludibriou grandes multidões sobre o estado de suas almas; fazendo-lhes pensar que eles são alguma coisa, quando eles não são nada; e assim eternamente lhes desfazendo; e não somente assim, mas estabelecendo muitos na forte confiança de sua eminente santidade, que, aos olhos de Deus, são alguns dos vis hipócritas. Por este meios, ele muitas vezes desanimou e feriu a religião nos corações dos santos, obscureceu e deformou-a pelas misturas corrompidas, fez com que suas emoções religiosas tristemente se degenerassem, e algumas vezes, por um considerável tempo, ser como o maná que produziu vermes e fedor; e terrivelmente enlaçou e confundiu as mentes de outros, trazendo-lhes à grandes dificuldades e tentações, e embaraçando-lhes em uma vastidão, dentre os quais eles não podiam de forma alguma se desembaraçar. Por estes meios, Satanás poderosamente encoraja os corações dos inimigos explícitos, fortalecendo suas mãos, enchendo-lhes com armas, e fortalecendo suas fortalezas; quando ao mesmo tempo, a religião e a igreja de Deus permanece exposta a eles, como uma cidade sem muralhas. Por estes meios, ele faz com que os homens ímpios pequem na ilusão de estarem servindo a Deus; e portanto, pecam sem restrições, sim, com ardente solicitude e zelo, e com todo sua força. Por estes meios, ele faz que até os amigos da religião, insensivelmente, façam o trabalho de seus inimigos, destruindo a religião em uma maneira mais eficaz do que os inimigos declarados podem fazer, na ilusão de o estarem fazendo progredir. Por estes meios, o diabo dispersa o rebanho de Cristo, e colocá-os uns contra os outros com grande calor de espírito, sob uma noção de zelo por Deus; e a religião, gradualmente, degenera em vãs disputas. Durante os conflitos, Satanás conduz ambas as partes para fora do caminho correto, dividindo cada um em grandes extremos, um na mão direita, e o outro na esquerda, conforme ele os encontra mais inclinados, ou mais facilmente movidos e oscilantes, até que o caminho correto no meio é quase completamente negligenciado. No meio desta confusão, o diabo tem grande oportunidade para avançar em seu próprio interesse, para fazê-lo forte de inumeráveis modos, de obter o governo de todas as coisas em suas próprias mãos, e operar sua própria vontade. E pelo que é visto das terríveis conseqüências desta falsificação, quando não distinguida da verdadeira religião, o povo de Deus em geral têm suas mentes perturbadas na religião, e não sabem onde colocar os seus pés, ou o que pensar, e muitos são trazidos à duvidar de o quer que seja na religião; e heresia, infidelidade, e ateísmo prevalece grandemente.
Conseqüentemente, é vital que nos esforcemos ao máximo para claramente discernir, e ter bem assentado e estabelecido, no que consiste a verdadeira religião. Até que isto seja feito, não podemos esperar que grandes avivamentos de religião tenham longa duração; até que isto seja feito, não podemos esperar muito proveito de todos nossos calorosos debates, em conversação e a partir da impressa, não sabendo claramente e distintivamente o que devemos contender.

Meu propósito é contribuir com o meu pouco, e usar o meu melhor (embora débil) esforçando-me para este fim, no subseqüente tratado: no qual deve ser notado que é um tanto diferente do propósito de que eu tinha anteriormente publicado, que foi para mostrar As marcas distintivas da obra do Espírito de Deus, incluindo tanto suas operações comuns e salvifícas. O que tenciono agora, é mostrar a natureza e sinais das graciosas operações do Espírito de Deus, pelas quais elas são distinguidas de todas as outras — sejam quais forem - que não são de uma natureza salvífica. Se eu for sucedido nesta minha intenção, em qualquer medida tolerável, espero que tenda a promover o interesse da religião. E se eu for sucedido em trazer alguma luz para este assunto ou não, e embora meus esforços possam ser reprovados, nestes tempos ardilosos e censuradores, espero na misericórdia da graça e justiça de Deus, para aceitação da sinceridade de meus esforços; e espero também pelo candor e orações dos verdadeiros seguidores do manso e benevolente Cordeiro de Deus.

Fonte: http://www.jonathanedwards.com.br/

O pastor chamado e o chamado pastor...

O pastor chamado ama gente, o chamado pastor ama dinheiro e fama.



O pastor chamado prega com paixão, o chamado pastor prega.


O pastor chamado é feliz, o chamado pastor vive mau-humorado.


O pastor chamado tem visão, o chamado pastor imita as muitas visões.


O pastor chamado cuida das ovelhas, o chamado pastor abusa das ovelhas.


O pastor chamado tem casa, o chamado pastor tem mansão.


O pastor chamado liberta, o chamado pastor tiraniza.


O pastor chamado é acessível, o chamado pastor é inalcançável.


O pastor chamado prega de graça, o chamado pastor cobra para pregar.


O pastor chamado tem ovelhas, o chamado pastor tem fãs.


O pastor chamado chama para Cristo, o chamado pastor atrai para si.


O pastor chamado ensina, o chamado pastor exibi-se.


O pastor chamado erra, o chamado pastor é perfeito.


O pastor chamado tem medo, o chamado pastor mete medo.


O pastor chamado chora, o chamado pastor se vinga.


O pastor chamado é inconformado, o chamado pastor é alienado.

Pr. Alexandre Grego, 35 anos, é escritor e conferencista nas áreas de liderança e casais. Exerce sua atividade pastoral na Igreja Presbiteriana da Graça, na Cidade de Mogi das Cruzes/São Paulo, e é casado com a Pra. Marines V. Grego.

Fonte: http://www.guiame.com.br/

Graça!


Ainda há pouco, ao reler o admirável Sermão do Monte, percebi como a graça esteve presente nos princípios expostos por Jesus. Mesmo reconhecendo que a graça foi exaustivamente estudada e definida pela teologia, é preciso redescobri-la nos lábios do Nazareno. Os favores imerecidos de Deus não podem ficar circunscritos às codificações teológicas. Naquele relvado, na encosta de um morro qualquer, Cristo falou de assuntos diversos, mas não se esqueceu de explicitar que Deus se relaciona com seus filhos diferente de todas as divindades conhecidas. Após séculos de argumentação sobre os significados da graça, os cristãos precisam despertar para ao fato de que ela é o chão da espiritualidade cristã.

Um neopaganismo levedou a fé de tal forma que muitos transformaram a oração em uma simples fórmula para canalizar e receber os favores divinos. Para obter resposta às petições, implora-se, pena-se, insiste-se, no aguardo de que Deus escute. Quando não se recebe, justifica-se assumindo culpas irreais, como falta de disciplina. Acha-se que é necessário continuar implorando para Deus se sensibilizar. Mede-se a espiritualidade pelo número de respostas aos seus pedidos e, quando malsucedidos, castiga-se por não merecer. A própria linguagem denuncia romeiros católicos e evangélicos, que lotam os espaços religiosos: é preciso ''alcançar uma graça''.


Graça liberta do imperativo de dar certo. O Sermão da Montanha começa felicitando pobres em espírito, chorosos, mansos e perseguidos. Os triunfantes não podem se gloriar de serem mais privilegiados do que os malogrados. Graça revela um Deus teimosamente insistindo em permanecer do lado de quem não conseguiu triunfar; até porque a companhia de Deus não significa automática reversão das adversidades.


Graça permite o autoexame, a análise das motivações mais secretas da alma, sem medo. Na série de afirmações sobre ódio, adultério, divórcio e vingança, Cristo deixou claro que ninguém pode se vangloriar quando desce às profundezas do coração. No nível das intenções, todos são carentes. O olhar sutil indica adultério. O ódio despistado revela homicidas em potencial. A vingança disfarçada contamina as ações superficiais. Lá onde brotam as fontes das decisões, tudo é confuso; vícios e virtudes se confundem. Somente com a certeza de que não haverá rejeição é possível confrontar os intentos do coração para ser íntegro.


Graça convida a amar. Jesus afirmou que Deus ''faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos''. Para revelar sua bondade, Deus não precisou ser convencido a querer bem. Deus não faz acepção de pessoas; o seu amor não está condicionado a méritos. Quando as pessoas são inspiradas por gratidão, reconhecimento e admiração por tão grande amor, se sentem impulsionadas a imitá-lo. Deus surpreende por dispensar bondade sem contrapartida de virtude. Assim, na improbabilidade de os seres humanos se mostrarem graciosos, os discípulos devem almejar a única virtude que pode torná-los perfeitos como Deus - o amor.


Graça é convicção de que o acesso a Deus não depende de competência. Quem acredita que será aceito pelo tom de voz piedoso ou pela insistência em repetir preces nega a paternidade divina. Antes de pedirmos qualquer coisa, Deus já estava voltado para nós. Os exercícios espirituais não precisam ser dominados como uma técnica, mas desenvolvidos como uma intimidade. O secreto do quarto fechado representa um convite à solitude, à tranquilidade que não acontece com sofreguidão.


Graça libera energia espiritual que pode ser dirigida ao próximo. Buscar o reino de Deus e sua justiça só é possível porque não é preciso preocupar-se com o que comer e vestir e por jamais ter de bater na porta do sagrado para conquistar benefícios particulares. Basta atentar para os lírios do campo e pardais para perceber que as ambições devem escapar à mesquinhez de passar a vida administrando o dia-a-dia.


Graça devolve leveza para que os filhos de Deus sintam-se à vontade em sua presença, como meninos na casa dos avós. Graça libera as pessoas para se tornarem amigas de Deus, em vez de vê-lo como um adestrador inclemente. Graça não permite delírios narcisistas. Nenhuma soberba se sustenta diante da percepção de que Deus aposta na humanidade e ainda se convida a cear entre amigos.


Graça distensiona o culto porque avisa: tudo o que precisava acontecer para reconciliar a humanidade com Deus foi concluído: ''Consumatum est''. Portanto, enquanto a graça não for redescoberta de fato como a mais preciosa verdade da fé, as pessoas podem até afirmar que foram livres, mas continuarão presas à lógica religiosa das compensações. Devedores, jamais entenderão que o reino de Deus é alegria. A graça liquida com pendências legais. Não restam alegações a serem lançadas em rosto - ''Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?''.

A religiosidade legalista insiste que é perigoso falar excessivamente sobre a graça. Anteparos seriam então necessários para proteger as pessoas da liberdade que a graça gera. Mas o amor que tudo crê, tudo espera e tudo suporta não aceita outro tipo de relacionamento senão abrindo espaço para que haja amadurecimento. Deus ama assim, e o Sermão da Montanha não deixa dúvidas de que todo discurso sobre o reino de Deus deve começar com graça.

Ricardo Gondim

Fonte: http://www.guiame.com.br/

Tire a máscara!


Por Mariana Mendes

Quantas vezes temos fingido ser alguém que na verdade não somos? Por que será que surge esse prazer em se esconder atrás de uma máscara? Ser algo que você não é? Tem algum sentido nisso? Se somos únicos e tão especiais, por que nós tentamos ser o que não somos? Por muitas vezes fingi ser alguém que não sou, fiz coisas que sabia que Deus não iria aprovar, ofendi a Deus, e todas as coisas que Ele tem para mim. É como jogar fora toda uma vida. Muitas vezes vestimos uma máscara e fingimos ser outra coisa. Nos escondemos pra fazer o que queremos e não o que deveríamos ter feito, a coisa certa. O que será que passa nas nossas mentes pra decidirmos trair Deus? A quem nós pensamos que enganamos? Num certo ponto aprendemos que a única pessoa que acaba sendo enganada somos nós mesmos. De certa forma isso chega até ser meio frustrante, saber que temos a capacidade de danar com as nossas vidas e, ainda por cima, sozinhos.


Talvez você nunca tenha agido como alguém que não é, mas talvez sim. Talvez você, assim como eu, tenha se esquecido de tudo o que prometeu e que sabia que era o certo a fazer. Entregamos nossas vidas a Deus, mas por trás vivemos num outro mundo, nos escondemos nessa tal máscara e simplesmente achamos que só nós sabemos que estamos ali, e ninguém mais pode nos encontrar. Agradeço a cada dia por Deus ser quem Ele é. Afinal não saberia concertar minha vida sozinha. Ninguém pode concertar a vida sem ajuda, é claro, sem a ajuda certa. Graças a Deus que Ele nos perdoa todos os dias e nos dá uma nova chance a cada erro. Ainda bem que Ele sonda nossos corações e lê nossos pensamentos, e nos conhece para que possamos construir nova vida. Sempre podemos contar com essa graça que está sempre disposta a nos dar um novo começo. Deus nos dá todo Seu apoio, toda Sua ajuda, para que possamos reescrever cada linha da nossa história. Não dá para apagar o que já escrevemos, o que já fizemos até agora, afinal não se volta no tempo, mas com certeza dá para pedir desculpas e concertar nossas besteiras nas linhas que têm pela frente.


Hoje, assim como todo dia, Deus renova suas misericórdias para mim e para você. ''O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã'', se nós errarmos, que não desistamos e se cairmos que nos levantemos, sempre se lembrando que só podemos essas coisas com Deus, jamais vamos poder viver sozinhos, por nossos próprios esforços. Não vamos deixar nossas vidas se acabarem e serem destruídas, por mais horrível que tenham sido nossas escolhas nessa caminhada. Vamos entregar nossas vidas a Deus, deixar que Ele controle cada passo que dermos, cada direção que nós formos, vamos pedir perdão por nos escondermos atrás de máscaras tantas vezes. Se você também já agiu assim, como eu, tenha certeza que Deus olha por você. Ele aceita o seu perdão, Ele dá novas linhas para concertar cada coisa errada que fazemos. Apenas seja verdadeiro com Ele, deposite toda sua confiança n'Ele, todos os seus medos e problemas, seus anseios e preocupações. Deus está sempre andando do seu lado. Que nunca nos esqueçamos d'Ele, pois Ele nunca nos abandona, Ele nunca se esquece de cada um de nós. Vamos tirar as máscaras e sermos o que somos em cada momento e em todos os lugares.


Mariana Longo Mendes tem 16 anos, é estudante, trabalha com seus pais na área de Propaganda e Marketing e também escreve poesias.


Fonte: www.guiame.com.br/






Os 10 mais de Classificação de países por perseguição


http://missaoportasabertas.wordpress.com/

Paul Washer - Adoração Cristã


http://voltemosaoevangelho.blogspot.com/

Quem não precisa de teologia?

Postado por Rev. Geremias Vale

“O homem não sabe em que lugar colocar-se. Está visivelmente perdido e caiu de seu lugar sem conseguir reencontrá-lo. Busca-o por toda parte com inquietação e sem êxito em meio a trevas impenetráveis”. (1) Blaisé Pascal.

“O fim de um teólogo não é deleitar ouvidos, com arguir loquazmente, mas firmar as consciências, em ensinando o verdadeiro, o certo, o proveitoso.” (2) João Calvino.

Lembro de conhecer alguns indivíduos que sentem verdadeiro pavor à Teologia, para eles é até pecaminoso estudar Hermenêutica, Exegese, Homilética e etc... O que dá “IBOPE” (segundo tais pessoas) é ter um grupo musical que execute bem as músicas “gospel” do momento. Nada de pregar sobre: arrependimento; santificação; testemunho cristão, nem pensar em pregar as doutrinas da Graça - aliás, quanto às doutrinas, não se deve nem pensar nelas, quanto mais pregá-las. Este é o espírito anti-dogmático da parcela brasileira da igreja dita “evangélica” que não está nem aí para a Teologia.
Já ouvi certo cidadão dizer que não suporta Teólogos, pois estes já lhe deram muitos problemas. Alguém poderia pensar que Teólogos são pessoas intransigentes, carrancudas e promotoras de divisão, por isso causam problemas. No entanto o que foi constatado é que os problemas que os pobres difamados, que gastam de 4 anos e meio a 9 anos estudando as Escrituras (somente estudo formal acadêmico, a maioria dos Teólogos, no entanto, estuda a vida inteira) causam, é confrontar pessoas que usam “O Príncipe” de Maquiavel como seu próprio texto “teológico”, aprendendo assim através deste piedoso modo de viver e pensar, (nunca, nunca ensinar), para então conduzir seu “Movimento dos Sem Bíblias” da forma como bem entendem.
Surge então a pergunta, quem precisa de Teologia? O que importa é fazer a obra do Senhor. Dizem eles: na verdade, discussões sobre assuntos dogmáticos devem ser descartadas, pois não trazem edificação, temos que ser espirituais, e pessoas espirituais, não lêem livros como: O velho Hodge, menos ainda Franklin Ferreira, tão pouco se familiarizaram com João Bunyan. Estas leituras são para os não-espirituais. Disse certo homem um dia: Não formamos teólogos, formamos obreiros. Quero discorrer sobre isso, enfatizando que algumas pessoas não precisam de Teologia para o que fazem, nem para o que pretendem fazer, sobre isso discorro agora:

Quem não precisa de Teologia?

Os Falsos Apóstolos

Os “Apóstolos” de hoje sentir-se-iam ofendidos se fossem chamados de falsos apóstolos, pois se acham legítimos ministros de Cristo e seus apóstolos. Estes não precisam de Teologia, pois receberam sua autoridade diretamente de Deus, que lhes revela tudo, à semelhança dos apóstolos de Jesus Cristo, incluindo Paulo. Se acham ministros com uma mensagem restaurada de um ministério restaurado, isso parece conhecido, não? Exatamente, os mórmons aparecem nas casas com um “evangelho” restaurado, e com outro livro que afirmam ter a mesma autoridade da Bíblia.
Os Falsos apóstolos com suas doutrinas extravagantes, não precisam de Teologia, isso é coisa de “fanáticos” como Lutero, Calvino, João Wesley e outros tantos. Já se foram os tempos quando os evangélicos lutavam contra pseudo-apóstolos de fora de suas igrejas, hoje, no entanto, é uma febre ser apóstolo. Por que será que quanto mais apóstolos aparecem, tanto maior é o abuso às Escrituras, os absurdos ensinados aumentam e o impacto social diminui ao invés de aumentar, quando falo de impacto social, me refiro ao impacto positivo, como: diminuição da violência, da corrupção e etc... Não falo do impacto negativo, que na verdade tem aumentado, tal como: dólares no exterior, ensino de como arrecadar volumosas quantias de dinheiro flagrado pela TV, escândalos morais, falsas doutrinas, amuletos à semelhança do: sal grosso; banho de sal com arruda, cruz com pedra do sepulcro de Jesus, água do Jordão, ad infinitum.

Agora está pipocando de apóstolos aqui e acolá, da maneira mais natural do mundo, falta pouco para se vender apóstolos nas esquinas. Claro que apóstolos existiram, e agora vamos analisar o caso mais detalhadamente.

1° caso, Efésios 4.11: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”.

Esse texto de Efésios é amplamente usado pelos defensores do “apostolado”, o texto fica mais claro quando analisado dentro do contexto geral das Escrituras, pois de outra forma seria o princípio da uma heresia. Em outro texto parecido, 1Coríntios 12.28, lemos: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”.

2º caso. O único fundamento

Os textos acima citados declaram a existência do ministério apostólico?

Creio que para o período sim, pois o texto diz “primeiramente apóstolos” em segundo lugar “profetas”, então deixemos a Bíblia explicar a própria Bíblia. Apóstolos e profetas são descritos como primeiro e segundo consecutivamente, porque são o fundamento. Veja o que diz Efésios 2.20: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Jesus Cristo, a pedra angular”. Cristo é a pedra angular de esquina, e ninguém pode lançar outro fundamento (1Coríntios 3.10-11).

3º caso. Matias. Texto: Atos 1.14-26

Matias só aparece aqui.

Lançaram sortes

Não foi Cristo que o escolheu, mas foi por iniciativa de Pedro.

Mesmo assim tinha requisitos, que eram:

Ø Ter acompanhado os apóstolos, todo o tempo em que Jesus estava na terra ensinando, antes da crucificação.

Ø Desde o batismo de João até o dia da ascensão.

Ø E isso se passa no século I.

Tome outro o seu lugar (NVI) encargo (ARA), o seu Bispado (ARC). Liderança (ECA). Não diz no próprio texto usado por Pedro a palavra “Apostolado”, mas bispado, do grego “Episkopen” e não “Apostolous”, será que a Palavra se engana de cargo? Ou é de outros o engano?

Quantos apóstolos há?

Bliblicamente só 12. Veja Apocalipse 21.14.

Mas outros têm se designado apóstolos, embora não o sejam (Ap 2.2):

“Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos”.

Barnabé e Paulo

At 14.14. “Barnabé e Paulo são chamados apóstolos” aqui o sentido de “apóstolos” é enviados, ou missionários, é só ver o contexto, no capitulo 13 eles são enviados à missão e então vão a Chipre, Antioquia da Pisídia e no capítulo 14 eles vão para Icônio, Listra e Derbe e etc... O contexto é todo da missão, assim também Barnabé é apóstolo (missionário). Eles entendiam o sentido das palavras, exatamente; o que os “Apóstolos” de hoje não entendem.

Veja a comparação: o Fulano comprou carne e fez um churrasco. Você entende o que quero dizer por “churrasco”? Creio que sim (Carne assada).

Por sua vez, o cachorro do seu Beltrano tomou um choque de 220 volts e virou churrasco (você entende?). A mesma palavra tem o mesmo uso? (obviamente que não).

Poderia dizer aos defensores dos apóstolos atuais: “entenderam ou querem que eu desenhe?”.

E Paulo?

Paulo é Apóstolo da mesma maneira que os 11 o eram, pois lá vão as suas credenciais:

Apóstolo aos gentios (Rm 11.13).

Pela vontade de Deus (1Co 1.1) não de homens (Gl 1.1).

Viu ao Senhor (1Co 9.1; cf. 9.3 e At 22.6-11, onde descreve essa situação).

Mesmo assim se considerou um abortivo=fora de tempo e isso no século I (1 Co 15.8).

Se Paulo, vendo ao Senhor, e isso no século 1º, mesmo assim considerou-se um abortivo, o que diremos dos tais “apóstolos” de hoje, quando já se passaram quase 20 séculos depois da era dos apóstolos?

2Co 13.8 – Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade.

Gl 4.16 – Fiz-me, acaso, vosso inimigo, dizendo a verdade?

Quem persevera na doutrina dos Apóstolos de Cristo não segue apóstolos de araque (2Co 11.13; At 2.42).

Os Falsos Profetas

Outro grupo que chama a atenção pelo seu desprezo à Bíblia são os falsos profetas. Conheci um dia um homem que se intitulava “profeta”. Ele veio à cidade vizinha de onde eu morava, e causou grande movimento entre muitos pastores que ficaram verdadeiramente eufóricos, por ter um “profeta” visitando a cidade. Na verdade o tal “profeta”, de aparência, era muito semelhante ao personagem Tattoo da série dos anos 70 e 80 chamada: “A Ilha da Fantasia”, só que a semelhança termina aí, pois a apresentação do dito “profeta” foi ridícula, isto é, sua mensagem, se é que poderia referir-me àquilo que ele falou como uma mensagem. Seu discurso foi pedir a alguém um sapato furado (não havia ninguém, por isso não pôde prosseguir com a profecia), mandou as pessoas correr desesperadamente em volta da igreja, falou contra o estudo da teologia, afirmando que era uma verdadeira maldição, e quanto aos teólogos, ele atribuiu-lhes tantos adjetivos detestáveis que não gostaria de repeti-los.
O ministério do tal homem era, segundo ele mesmo, “levantar apóstolos em todo o mundo”, e naquela região seriam quatro ao total, apenas dois deles foram “consagrados”.

Um depende do tempo para colocar na cabeça de suas ovelhas que ele é um apóstolo, o nome do outro ficou oculto, como o último segredo de Fátima.

Usam como base de seus pseudo-ministérios alguns textos fora de contexto, analisemos as referências e vejamos se o sistema não cai.

Ef 4.11.

Como já vimos “profetas estão classificados como fundamento” juntamente com os apóstolos e Cristo. Ef 2.20.

Argumentos a favor do ministério profético:

Mórmons- citam Amós 3.5 – mas Hebreus 1.1, nos informa que antigamente era assim, agora não.

Mateus 11.13, o período dos profetas foi até João.

Mas o caso de Ágabo? (At 21.10-11). Ágabo diz que os judeus entregariam Paulo nas mãos dos gentios, mas em At 23.12-25, está escrito que os judeus o queriam matar e Paulo não foi entregue por eles, mas foi tomado, para estar em segurança.

O fundamento é posto uma única vez.

Jesus predisse que nos últimos dias viriam falsos profetas (Mt 7.15) “ acautelai-vos dos falsos profetas”.

Mateus 24.11 “ surgirão falsos profetas e enganarão a muitos”

Mateus 24.24 “Falsos cristos e falsos profetas operando sinais e prodígios, se fosse possível enganariam até mesmo os eleitos”. 1João 4.1-6.


Os Falsos Pastores

Os falsos pastores, obviamente não irão estudar Teologia, se, no entanto estudarem, é apenas para conseguir um diploma para enfeitar parede. Certa criatura humana numa ocasião disse no púlpito que o estudo mais importante era o de uma certa profissão (coincidentemente, a de um visitante, profissional liberal, que visitava a comunidade naquele dia), e desprezava a teologia dizendo que ninguém precisa dela.
Certamente tal homem não leu D.M.Lloyd-Jones ou Spurgeon, eu ficaria até mesmo muito feliz se soubesse que tal pastor lê a Bíblia.
Os falsos pastores dizem que não precisam de Teologia, pois isso acabaria com o “zelo” espiritual quem eles têm. Mataria o desejo evangelístico de sua igreja, apagaria o fogo do Espírito em suas vidas, então se tornariam mortos, vazios e prolixos.
A espiritualidade que tais homo–não–sapiens defendem nada mais é do que seu modo de vida desregrado e vaidoso, sua maior preocupação é o próprio ventre, sempre preguiçosos. Não visitam os necessitados espontaneamente, somente quando após muito choro e vela são instados, não pela consciência, pois esta já há tempos foi cauterizada. Mas pelos outros que os questionam sobre o seu trabalho pastoral.

Para que estudar Teologia, quando a internet já tem sermões preparados?

Para que estudar Teologia se a preocupação é o entretenimento?

Para que estudar Teologia quando só se fala o que o povo quer ouvir?

Para que estudar Teologia quando se recebe “mensagens eletrônicas” vindas diretamente de Deus?

O que há alguns anos atrás era deboche através do Tim Tones (Personagem interpretado por Chico Anysio), hoje vive em muitos púlpitos através de jargões infelizes e interpretações jocosas das Escrituras.
Quando Deus retirar o fôlego de vida de tais embusteiros, e então se encontrarem diante de Deus para o julgamento final, aí se verá o que parecia ser tão espiritual, quando na verdade era obra da carne, vaidade, obra de demônios e mundanismo, tudo camuflado atrás de uma gravata e paletó.
Como alguém pode perder o que não têm? Certamente há alguns teólogos que não tem compromisso nenhum com Deus, no entanto veja qual é a sua teologia, analise sua crença. Geralmente vejo pessoas sem base nenhuma de fé fazendo todo o tipo de aberração, como profetizar a uma mãe que seu filho nascerá são e forte, e dará muitas alegrias à família, será alguém bem sucedido, tudo ocorrerá bem - e no entanto a criança morreu alguns dia depois do nascimento! Quem consolará tal mãe vitimada por tal “dito ministro do evangelho”.

Boa teologia leva o ser humano a render-se aos pés de Jesus, reconhece a condição caída do homem, sua incapacidade, glorifica a Deus por ser cheio de Graça e puramente, por Deus ser Deus.

Boa Teologia fará o Pastor ir atrás da ovelha que saiu do aprisco, incentivará o zelo evangelístico (“Tenho muito povo nesta cidade”). Atos dos Apóstolos revela que a igreja testemunhava e cooperava com eles o Senhor.

Boa teologia arderá por missões, um bom exemplo é William Carey, outro bom exemplo é David Linvingstone.

Os falsos Pregadores

Um grupo que tem crescido muito em nosso solo pátrio são os falsos pregadores. Falsos, porque sua mensagem não é bíblica, discorrem sobre tudo e qualquer coisa, menos a Bíblia.
Os falsos pregadores, à semelhança dos falsos profetas, se dizem inspirados por Deus, sempre estão descobrindo algo nunca antes visto no texto sagrado, são verdadeiramente a última batatinha do pacote. No entanto o que tenho constatado é que na verdade, o que tais homens pregam, nada mais é do que pensamentos e formulações teológicas incorretas, tudo regado a muito emocionalismo e misticismo.
Muitos pregadores usam palavras de efeito para impressionar a platéia, tais como: “tem um anjo aqui” ou “receeeebaaa”, isso, nos leva a perguntar, receber o quê, afinal de contas?
Falsos pregadores às vezes querem se passar por homens muito espirituais, que têm contato direto com Deus, recebem mais “revelações” em uma semana do que Moisés em toda a sua vida, tem mais “visões” em um único dia do que todos os profetas maiores e menores juntos, durante todo o tempo de seu ministério.
Será que a Bíblia não é mais suficiente? Antes o povo corria atrás de cartomantes e videntes, para muitos que frequentam as igrejas hoje a moda mudou, pois correm atrás de “profetas” para revelar suas vidas, vivem atrás de “pregadores diferentes”, que não deixam ninguém com a consciência pesada, falando de inferno e pecado. Quer encher um auditório? Então chame um “pregador” que cobre bem para discursar e pronto, você terá um mega-evento. Ah já estava esquecendo, contrate algum cantor gospel das paradas de sucesso, para abrilhantar seu evento.
Os falsos pregadores causam um dano terrível à causa do evangelho, pois seus ensinos ludibriam o povo, não estão interessados em pregar a verdade, pois isso não lhes enche os bolsos e não lhes trará fama. São semelhantes em tudo aos falsos profetas de Israel, e também aos falsos pregadores do Evangelho como Montano e Marcião, que arrastaram muita gente após si.

Os determinadores

Os determinadores não precisam estudar teologia, pois todo o poder lhes foi dado nos céus e na terra! Para que estudar quando tudo se torna realidade determinando, ordenando e batendo o pé?
Está precisando de boa saúde? Determine, dizem eles. Precisa de um carro novo? Gere-o pela fé. Comece pensar em uma bicicleta, depois uma moto, siga a sua gestação, então agora você está com oito meses de gravidez de sua “benção” agora sim seu carro novo já está pronto para nascer. Obs: não esqueça de escolher e determinar a cor do carro e dos faróis.
Quando alguém determina e não consegue o que determinou, a culpa é dele mesma. Se não aconteceu, ou a pessoa estava em pecado ou não teve fé suficiente, a culpa nunca recai sobre o “mestre Yoda” que ensina a determinação.

Quantas pessoas se frustraram, pois caíram nas malhas dos determinadores e não conseguiram o que determinaram, com isso acabaram se frustrando com o que pensavam ser o evangelho.

É preciso ter sobriedade para lidar com as inquietações dos seres humanos, o Único que determina as coisas e elas acontecem é Deus, ninguém mais. Nós não determinamos, pedimos, imploramos - se for da vontade dEle, Ele faz (cf. 1Jo 5.14).

Os incendiários

Por incendiários refiro-me àqueles que só querem fogo. Se no culto ninguém gritou, nenhuma pessoa sentiu um arrepio na coluna, se não houve aparição de anjo nem visão de bola de fogo, o culto não foi bom, Deus não estava presente.

Os incendiários não gostam de teologia, pois, a letra mata, e o Espírito vivifica. Teologia é coisa para frios espirituais, não para tochas humanas. A liturgia de uma igreja assim seria:

Oração: fogo no altar, e anjos (hierarquias como Querubins e Serafins são preferíveis) aparecendo.

Louvor: Noiva incendiando e igreja pegando fogo, ou corinhos tais como: “há uma roda de fogo entre nós!”

Oração pelas crianças: Queima as crianças, Senhor!!!!

Pregação: vida cheia de fogo, semeando fogo, plantando fogo, colhendo fogo, e etc....

Estes do fogo, certamente não precisam de teologia, sua vida é um fogo só. Será que na eternidade eles querem ter tanto fogo assim?

Os caçadores de Maldição Hereditária

Experiência pessoal acima de tudo!!! Não importa o que a Bíblia diz, contanto que eu presencie.

Livros sobre quebra de maldição estão por toda a parte, será que é mais fácil acreditar nesta pajelança do que na Bíblia?

Tratam contingências humanas na base do espiritual. Valores; criação; exemplo não são levados em conta, na verdade nem Bíblia é levada em conta, que textos usam? Li um livro que citava talvez uns três versículos de um livro da Bíblia para justificar seu ponto de vista, os versículos foram distorcidos para afirmar o que não dizem.

De onde vêm tais doutrinas? Não da Bíblia, e sim de: entrevistas com demônios; experiências pessoais; paganismo...

Muita gente vem para a igreja e segue acreditando em suas velhas crenças, ex-macumbeiros, ex-satanistas, ex-bruxas e etc... Mal entram na igreja e já começam a dar testemunho do que fizeram, e de como exorcizar tais poderes malignos, como quebrar maldições, vínculos e tantas outras coisas estapafúrdias.

Por que alguns que dizem serem pessoas aptas para quebrar maldição hereditária continuam, eles próprios, doentes?

Jesus se fez maldição por nós ou não? “Maldito é todo o que for pendurado no madeiro”, encaramos isso como lenda ou como verdade absoluta e inquestionável? Se for encarado como lenda, prepare-se para todo o tipo de neurose possível, pois, estarão vendo suas genealogias para caçar alguma maldição, esconjurar algum demônio que tenha permissão de endemonizar alguém.

Refutação da tal doutrina nefanda de maldição hereditária:

1. Deus frustra, pela sua bênção, uma maldição já proferida (Ne 13.2: Porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, contra eles assalariaram a Balaão, para os amaldiçoar, porém o nosso Deus converteu a maldição em bênção. Cf. Nm 23.23 e Sl 109.28).

2. Ele livra da maldição o seu protegido e o justo que não merece (2 Sm 16.12: Porventura, o SENHOR olhará para a minha miséria; e o SENHOR me pagará com bem a sua maldição deste dia.)

3. Deus muda em maldição a bênção de um sacerdote indigno (Ml 2.2: Se não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o vosso coração. Cf. Pv 3.33).

4. A eficácia da maldição ou da bênção depende do querer de Deus para que se realize e da nossa resposta humana à sua vontade (Cf. Dt 11.26-32).

Maldição não é um dizer profético negativo sobre alguém, porque isso significaria que qualquer ser humano tem poderes ilimitados para amaldiçoar e para abençoar, como nós acabamos de ver, isso não passa de um verdadeiro disparate.
Para definir as palavras “bênção” e “maldição”, precisamos recorrer à Palavra de Deus. No AT, há pelo menos 2 expressões que interpretam e definem objetivamente a palavra “maldição”. A 1ª é “anátema” (em hebraico, “herem”), que significa ser “proibido, subtraído” do uso comum e profano. O AT conhece 3 tipos de herem:

1° - o herem com promessa, pela qual o homem consagra alguma coisa a Deus (Lv 27.28). Tudo que pode ser objeto de promessa pode cair sob esse herem. Anátema, aqui, não tem sentido negativo.

2° - O herem como medida militar. Consistia na consagração da presa, às vezes de toda a presa junto com o território conquistado a Deus, para assim obter a Sua ajuda no combate (O caso de Jericó).

3° - O herem como castigo divino. Sobretudo pela idolatria, aplicado a indivíduos (Ex 20.4-6; Dt 13.13-18).

No judaísmo posterior, o anátema da sinagoga era uma pena que excluía a pessoa, temporária ou definitivamente, da participação do culto religioso.

A 2ª palavra é “ariah”, que diz respeito à deprecação, usada algumas vezes até como oração. Na Septuaginta, seu uso comum vem associado ao ato de praguejar ou murmurar (no NT, veja Rm 3.14).

No NT, há duas expressões mais comuns para “maldição”: anátema e katara. A 1ª. Anátema, é muito usada, tanto nos evangelhos como nas epístolas paulinas. Algumas vezes aparece com o sentido de:

a) Castigo. At 23.14;

b) Separação de Deus. Rm 9.3; Gl 1.8,9.

2ª. Katara. A melhor definição para essa palavra, “maldição”, é uma sentença que vem da quebra da lei moral de Deus.

Quando Deus pronuncia uma maldição, isto é, em primeiro lugar, uma denúncia contra o pecado (Nm 5.21; Dt 29.19,20).
Não se faz muito esforço para refutar a tal “doutrina” da maldição hereditária, a minha admiração é que ainda existem pessoas que acreditam em tais coisas.
Estes caçadores de maldição hereditária, com certeza não precisam de Teologia, afinal já tem toda a gnose do mundo.
Meus pensamentos e convicções levaram-me a escrever este breve artigo sobre: “quem não precisa de teologia”, certo de que como ser humano que sou, posso estar errado, porém a menos que seja corrigido pela Palavra de Deus e pela razão comum, continuo pensando da mesma forma.

Minha oração sincera a Deus é que todos os Eleitos tenham ousadia de testemunhar de sua santíssima fé nestes dias tão conturbados em que vivemos; fé essa que nos foi dada por Deus, para o louvor de Sua glória.


Fonte: http://bereianos.blogspot.com/